Otoplastia é basicamente a cirurgia da orelha de abano e não a cirurgia de diminuição das orelhas. Somente na minoria dos casos encontramos pacientes com orelhas realmente grandes e com a necessidade de ressecar de fato “um pedaço da orelha”. Na maioria dos casos ao avaliarmos o paciente no consultório notamos que a queixa de orelha grande não condiz com as medidas encontradas, estando estas dentro dos valores considerados normais (adultos aproximadamente 6,5 cm de comprimento).

Costumo demonstrar para o paciente que a sensação de orelha grande é superestimada e realçada pelos ângulos e curvas que deveriam existir e, no caso da orelha em abano, não existem. A orelha está afastada da mastóide (osso do crânio), projetada anteriormente, as curvas e dobras normais não estão completamente formadas ou não existem. A reconstituição destas dobras, recolocação da orelha em uma posição mais posterior (mais próxima do crânio) são as principais medidas a serem tomadas durante o procedimento. Para isso colocamos a cicatriz em região escondida na parte posterior da orelha. Esta cicatriz tende a ser muito discreta e de boa qualidade no pós operatório.

Em casos excepcionais em que encontramos orelhas de tamanhos de fato aumentados podemos estar diante da necessidade de ressecar parte da cartilagem e pele do pavilhão auricular.

Existem ainda mal formações congênitas como a microtia (orelha anormalmente pequena e distorcida) que representam a minoria dos casos que nos procuram no consultório. Nestes casos partimos para cirurgias mais elaboradas do que a simples otoplastia estética. Estamos diante da necessidade de cirurgia de reconstrução da orelha. Exemplos são os casos congênitos e as deformidades da orelha pós traumatismo.

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